Publicado em:
10/04/2025
O Instituto Senai de Inovação em Biomassa (ISI Biomassa), localizado em Três Lagoas, firmou uma nova parceria alavancada pela EMBRAPII, com a Natura, empresa líder em beleza e cuidados pessoais no Brasil e na América Latina e pioneira em diversas inovações sustentáveis e regenerativas. A parceria busca agregar valor às cadeias produtivas na Amazônia, gerando mais benefícios socioeconômicos e ambientais, a partir do aproveitamento de resíduos agrícolas e agroindustriais para novos desenvolvimentos tecnológicos.
De acordo com Romulo Zamberlan, diretor de Pesquisa Avançada e Inovação Aberta da Natura, a parceria com instituições de pesquisa é uma estratégia fundamental para a transformação positiva através da ciência e tecnologia “Para a Natura, a regeneração é parte do nosso modelo de negócios. Visamos potencializar a bioeconomia da Amazônia por meio de soluções baseadas na natureza, com inclusão socioprodutiva”. Após investir em alternativas ecológicas para a expansão dos Sistemas Agroflorestais com Dendê (SAF Dendê), a nova parceria agora busca ampliar a inovação microbiológica.
Para o diretor do ISI Biomassa, João Gabriel Marini da Silva, a nova pesquisa representa o reconhecimento da Natura quanto ao trabalho desenvolvido pelo Senai. “A Natura já nasceu inovando e valorizando a biodiversidade brasileira. A contratação deste novo projeto mostra que o ISI Biomassa está no caminho certo, atendendo às expectativas da empresa”.
A gerente científica da Natura, responsável pela pesquisa, Débora Castellani destaca que “esta é uma tecnologia-chave para melhorar a produção em campo, além do potencial de gerar novos produtos deste sistema e expandir para novas cadeias produtivas locais”.
A coordenadora de pesquisa do ISI Biomassa, Layssa Okamura, comenta que o projeto visa a transformação de biomassa em outros materiais e a transferência da tecnologia desenvolvida para produção local na região norte do país, especificamente Tomé-Açu, no Pará. “A execução deste projeto visa o desenvolvimento e validação de um processo inovador para a obtenção de biomassa, a partir de resíduos agrícolas da cadeia produtiva da Natura, com foco na transferência da tecnologia para a produção local na região Norte do Brasil”, explicou.
Conforme a pesquisadora industrial, Jessica Carolina Medina Gallardo, o projeto será realizado em duas etapas interdependentes, cada uma com objetivos específicos, que contribuirão para a implementação e expansão da produção, promovendo sustentabilidade e inovação.
“A execução deste projeto é, não apenas uma oportunidade de inserir o Brasil em um mercado global promissor, mas também uma solução para questões locais relacionadas à sustentabilidade, ao aproveitamento de resíduos e ao fortalecimento da bioeconomia, particularmente na região Norte”.
Além da Natura, a Cooperativa Agrícola Mista de Tomé-Açu (Camta), parceira de longa data da empresa, também está envolvida no projeto. A Camta fornece diversos produtos como manteigas e óleos para a cadeia produtiva de cosméticos da Natura e vai participar de toda pesquisa, contribuindo para o suporte local necessário e para as melhores tomadas de decisão ao longo do processo.
A Camta também foi parceira no projeto anterior, realizado em 2023, com o Senai, que visava desenvolver consórcios de microrganismos para uso em sistema diversificado como o SAF Dendê. Neste sistema produtivo, o cultivo do dendê para obtenção do óleo de palma ocorre em conjunto com árvores, culturas agrícolas e plantas adubadeiras promovendo a conservação do solo, da água e da biodiversidade, além da produção de alimentos e matérias-primas para uso cosmético. O desenvolvimento de bioinsumos para sistemas agroflorestais é inovador e neste caso, contribui para a sustentabilidade da cadeia produtiva de dendê, cacau e açaí desde a fase de viveiro, podendo tornar estes cultivos mais rentáveis e mais resilientes frente às mudanças climáticas.